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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Da empírica tentativa de dissecar toda estupidez _ de Marcelo Dias Costa

Experimento – 2

Os estúpidos andam aos pares. E são eles seres equidistantes a outros de sua espécie. Mas é em ambiente competitivo que todo estúpido fortalece sua estupidez. Não é raro, se observarmos mais atentamente uma colônia de estúpidos, que membros riem de si mesmos – o que não passa de uma importante celebração, que também em si, demonstra concordância, convívio e empatia por toda estupidez proferida. Há também uma espantosa cooperação entre eles.

Esses seres se dividem em dois subgrupos, sendo eles formados por estúpidos vermelhos e os estúpidos azuis. Difusores do senso comum, o SER estúpido na maioria das vezes é contraditório, calorosamente intempestivo, podendo ser, por exemplo, no caso do vermelho, incansável orador de discursos anticapitalistas, mas ainda assim celebrar a prostituição do outro como uma escolha, como sendo uma condição natural! Veja só... Já o estúpido azul é certamente uma incógnita. Estudos apontam a necessidade de revisão de sua sapiência.

• Nota: Ainda que haja qualquer alteração nesse específico subgrupo, a espécie será mantida em igualdade no que confere à sua respectiva estupidez.

Esses pequenos seres, desde os tempos mais remotos, são ensinados a entenderem toda dinâmica da vida terrestre unicamente pela perspectiva da competição, que deram o nome de seleção natural. Já em seus primeiros passos de vida, os estupidinhos, vorazes pela sobrevivência, são ensinados por meio das escolas a mortificarem uns aos outros. A justificativa pra tal comportamento se dá pelo fato do pouquíssimo espaço disponível que se mensura ter ao sol. Quando chegam a primeira idade adulta, nossos amigos são levados a um novo ambiente... O trabalho! No trabalho, os estúpidos de maior estupidez, tonificados pela boçalidade, animados pela bestialidade e vivificados por toda ganância, incitam aos menores a ambição de serem cada vez mais estúpidos. É ai que os serezinhos se tornam capazes de tudo! Nesse momento não há mais qualquer cordialidade. Toda evolução é agora mensurada pela aquisição. É preciso então sobreviver a esse ambiente tão hostil, e amigos de outrora, então devem ser friamente eliminados.

Das relações afetivas entre estúpidos, ou mesmo numa relação afetiva que envolva um único estúpido somente (no que se configura como uma relação entre espécies), há algo que mereça a mais atenta observação, é que o ser estúpido, por sua vez, condicionado à competição, é incapaz de estabelecer relações mutualísticas de afeto. Um estúpido sempre está competindo. Ele precisa vencer. Mesmo que não seja um jogo, mesmo que não haja um outro competidor, a criatura estabelece uma meta de vitória: Geralmente a de domínio afetivo sobre um outro ser. Podendo ser estabelecida sobre um estúpido, ou não.

Os estúpidos, em maturidade, orgulham-se de serem já insensíveis. A espécie acredita piamente que quanto mais insensível for o ser, maior a chance de saírem vitoriosos nas relações de disputa. Inclusive, é bem comum esses seres não entenderem qualquer gesto de afeto.

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